sábado, 29 de maio de 2010

Aquele que não volta mais

Das gravações que fizemos numa fita cassete com o seu gravador / Das histórias malucas que inventávamos / Das tardes depois da escola em que eu passava na sua casa / Das noites que dormi com você depois que a vovó se foi / Das nossas conversas sobre política e história / Das piadas que você contava e logo em seguida caía sozinho na gargalhada / Dos telefonemas nos horários marcados todo dia pra minha casa /  Dos milhares de cd que você colecionava / Dos livros "subversivos"que você comprou pra mim num sebo, porque eu não os encontrava em em lugar nenhum / Do cappuccino que você pedia pra eu tomar pelas manhãs / Dos emails que trocavamos / Por saber que você adorava meu blog e entrava com frequência / Por ter a certeza de que nunca mais te verei nos domingos / Por não saber mais o que você faz / Por saber que a vida leva e nunca mais / Por chorar, mas logo em seguida sorrir / Por descobrir que mesmo depois da morte, continuo sendo sua neta.

5 comentários:

junhoz disse...

A perda é sempre terrível. Eu sinto tanto medo de perder...
Ainda bem que o amor está dentro da gente, nessas pequenas lembranças: ele não levou o amor embora...

Meus pêsames pela tua perda...

Daniel Savio disse...

Bonita a homenagem ao teu avô...

Fique com Deus, menina Carolina de Castro.
Um abraço.

Nanda Matos disse...

Só as lembranças alivia a essa dor.
fica bem!

Toninho Moura disse...

Os que se vão partem com o coração confortado quando sabem que deixaram por aqui pessoas de bem. Sua felicidade sempre o fará feliz, esteja certa disso.
Braços!

Jamylle Bezerra disse...

A saudade é um tipo de dor que o tempo se encarrega de suavizar. Bela homenagem a seu avô. Nesse momento ele deve estar sorrindo.

Fique bem.